09Mai

Desde o inicio da ofensiva israelita em Gaza, em outubro de 2023, o mundo tem assistido, em direto e a cores, a destruição sistemática de um povo inteiro, sob os olhos cúmplices da chamada comunidade internacional. O numero de mortos ja ultrapassa os 35 mil, entre os quais mais de 15 mil sao crianças. Estamos perante uma desolação sem limites, onde a esperança morre ao lado da dignidade humana.

1. A guerra que nao cessa, mesmo com os cessar-fogos

A narrativa do cessar-fogo esconde uma verdade cruel: as bombas continuam, os tanques avançam, os corpos sao enterrados sem nome e sem justiça. Gaza esta mergulhada num holocausto moderno, com bairros inteiros reduzidos a po, com hospitais, escolas e igrejas transformadas em ruinas. Os corredores humanitarios, muitas vezes anunciados, sao armadilhas, e a ajuda e bloqueada, manipulada ou insuficiente.

2. As crianças: o alvo mais cruel

Sao crianças que mais morrem. Bebes queimados, órfãos traumatizados, jovens mutilados antes mesmo de aprenderem a ler. Gaza tornou-se o lugar onde a infância desaparece, onde as almas inocentes pagam pelos interesses de geopoliticos silenciosos, de potências que contam os mortos como estatísticas.

A morte de uma criança nunca pode ser “um dano colateral”. E uma acusação direta a humanidade inteira.

3. O apoio silencioso: quem financia a dor?

Os Estados Unidos, principais aliados de Israel, nao apenas oferecem apoio diplomático, mas também armas, munições e dinheiro. Cada bomba lançada tem uma origem clara. As armas que matam tem um fabricante, um pais de origem, e um destinatário aprovado. E nao estão sozinhos. Países europeus vendem armas, vetam resolucoes de paz, e posam para fotos diplomaticas enquanto Gaza sangra.

4. A ONU e os organismos internacionais: a impotência institucional

A Organização das Nações Unidas denuncia, mas nada impede. O Conselho de Segurança esta refém dos vetos, das alianças, da política do poder. As palavras da ONU sao como folhas ao vento diante de uma maquina de guerra implacável.

5. O silencio dos lideres: quem cala, consente

O silencio de alguns lideres árabes, africanos e mesmo latino-americanos mostra o quanto o mundo se tornou refém do medo e da conveniencia. E mais fácil olhar para o lado do que levantar a voz.

Mas o silencio, neste caso, e uma forma de traição a dignidade humana.

6. Onde esta a Africa?

A Africa, terra de resistencia, berço de lutas anticoloniais, nao pode continuar muda diante de mais

uma forma de colonização brutal. O povo palestiniano vive aquilo que muitos africanos ja viveram: ocupação, bloqueio, humilhação e destruição. E tempo de os lideres africanos se unirem nao apenas em foruns económicos, mas em torno da justiça e da liberdade dos povos oprimidos.

7. Uma guerra por interesses, nao por paz

Esta guerra nao e apenas entre Israel e o Hamas. E uma guerra que envolve grandes interesses estratégicos, controle de território, religião, influencia geopolitica, petróleo e armas. As vidas humanas tornaram-se secundarias.

As grandes potências falam de paz enquanto vendem tanques, prometem reconstruções enquanto aprovam bombardeios.

Conclusão: Gaza nao e apenas um território. E um espelho do fracasso da humanidade.

Enquanto Gaza queima, o mundo revela o seu lado mais sombrio. E nos, jornalistas, nao podemos ser cúmplices. Nao podemos apenas relatar. Temos de denunciar. Temos de gritar. Temos de escrever com sangue e com verdade.

O povo de Gaza precisa de justiça, nao de discursos diplomáticos. Precisa de solidariedade real, nao de fotografias em conferencias internacionais.

Se a humanidade ainda existe, ela deve se levantar. Nao ha neutralidade possível diante de um massacre.