21Mai
Introdução: um encontro que revelou mais tensões que diplomacia

Hoje 21 de maio de 2025, o Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, foi recebido por Donald Trump no Salão Oval da Casa Branca. Oficialmente, a visita tinha como objetivo reforçar as relações bilaterais, atrair investimentos e apresentar um novo capítulo na cooperação entre os dois países. Contudo, o encontro transformou-se num palco de tensão e controvérsia, marcado pelas declarações provocadoras de Trump sobre a situação dos brancos na África do Sul.

Trump e a alegação de “genocídio branco”

Durante o encontro, Trump exibiu a Ramaphosa um vídeo de cerca de quatro minutos, contendo imagens de protestos com palavras de ordem como “Kill the Boer, the farmer” e cruzes brancas simbólicas, que ele alegou representar agricultores brancos mortos em ataques violentos.

Trump foi além: entregou recortes de jornais e relatórios, afirmando que há um “genocídio branco” em curso na África do Sul, alegando que a mídia internacional oculta esses dados por razões políticas. Ele recordou ainda sua decisão de suspender parte da ajuda financeira dos Estados Unidos à África do Sul e conceder asilo a sul-africanos brancos sob alegação de perseguição racial.

A resposta firme de Ramaphosa

Cyril Ramaphosa, visivelmente desconfortável, respondeu com serenidade: afirmou que não reconhecia os locais mostrados nas imagens e rejeitou veementemente qualquer acusação de política racial sistemática contra brancos. “A maioria das vítimas de crimes na África do Sul são negros, não brancos”, enfatizou.

A delegação sul-africana, composta por empresários e figuras públicas como os golfistas Ernie Els e Retief Goosen, foi surpreendida com a mudança de tom do encontro, que deveria centrar-se em investimentos e cooperação económica. Em vez disso, viram-se envolvidos num discurso polarizador e de viés ideológico por parte do presidente norte-americano.

Contexto histórico e sensível

A África do Sul ainda vive os reflexos do apartheid e busca corrigir injustiças históricas através de políticas de redistribuição de terra e reformas estruturais. Uma dessas medidas é a expropriação de terras sem compensação, que tem gerado debates intensos, tanto internamente como no exterior

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