A Responsabilidade Sagrada do Jornalista
O jornalismo é uma profissão nobre, mas ao mesmo tempo perigosa. Não apenas por causa dos riscos físicos ou políticos que o jornalista pode enfrentar, mas, sobretudo, porque carrega nas mãos a arma mais poderosa que existe numa sociedade: a palavra. E quem tem o poder da palavra, tem o dever da consciência.
Em Angola, como em muitos países africanos, vivemos um momento sensível: a juventude está inquieta, o povo está cansado e as instituições muitas vezes fragilizadas. Nesse cenário, o jornalista pode ser tanto um agente de reconciliação e esclarecimento, como pode ser um incendiário disfarçado de comunicador.
O dever sagrado de quem informa
O bom jornalista não é aquele que grita mais alto, nem o que corre atrás de escândalos.
O bom jornalista é aquele que:
– Investiga com responsabilidade;
– Informa com verdade;
– Protege suas fontes com lealdade;
– E preserva a estabilidade da sua nação com consciência.
O dever de um jornalista começa pelo patriotismo.
Não se trata de ser submisso ao governo. Trata-se de entender que certas informações, quando mal divulgadas, podem colocar em risco a vida de inocentes, a paz de uma comunidade ou a soberania do país.
Há dados que não devem ser publicados. Há fontes que não devem ser reveladas.
E há momentos em que o silêncio é mais nobre do que o espetáculo.
Jornalismo não é vaidade
O jornalismo moderno, com redes sociais e vaidade digital, corre o risco de se transformar num palco de egos e não num serviço ao povo.
Há jovens que entram na profissão em busca de fama, de microfone na mão, de curtidas e aplausos. Mas esquecem que o verdadeiro jornalista é invisível quando necessário, e presente quando a verdade o exige.
Não somos juízes, nem justiceiros. Somos mediadores entre os fatos e a consciência popular.
Liberdade com responsabilidade
A liberdade de imprensa é um direito, mas não é um direito absoluto.
Ela deve caminhar lado a lado com:
– A ética profissional;
– A verificação dos fatos;
– O respeito à dignidade humana;
– E o amor pelo seu povo.
Jornalistas que agem como mercenários da informação, que vendem seus textos por interesses políticos ou financeiros, não apenas traem o seu juramento profissional — eles colocam a sociedade em perigo.
O jornalista patriota
Um bom jornalista é um patriota discreto. Ele defende a justiça, denuncia a corrupção, revela os abusos — mas também sabe proteger, preservar e construir.
Ele entende que o seu papel não é derrubar o país com palavras, mas ajudar o país a se levantar com consciência.
É esse jornalismo que precisamos em Angola.
É esse jornalismo que queremos formar nas novas gerações.
Porque quando a verdade é usada com responsabilidade, ela se torna luz.
E do silêncio, nasce a luz.